Formação


DICAS DE COMO COMEÇAR O MINISTÉRIO PARA AS CRIANÇAS EM SUA DIOCESE.



Um ministério para as crianças começa com a escolha de um coordenador diocesano, que normalmente é eleito pelo coordenador diocesano da RCC. Este deve ser umas pessoas obediente, que atue com unção, poder e autoridade, dadas pelo Espírito Santo, que acolhe a comunidade (adultos e principalmente as crianças) e suas idéias. Ele é um observador. Aquele que percebe, conhece as realidades de cada grupinho de oração ajudando-os em suas necessidades. Deve ser uma pessoa de oração, que está ligada no que Deus fala pela palavra e através das crianças. É um elo de comunicação entre o ministério para as crianças (MC) e o clero, entre o MC de sua região, o estadual e o nacional; e, entre todos os grupinhos (GOI) de sua diocese.
Para estruturar esse ministério é necessário a formação de um núcleo de servos. Este deve ser formado por no mínimo 03 componentes que podem ou não pertencer a mesma comunidade. Os mesmos devem ter disposição ao trabalho, vida de oração e acima de tudo gostar de trabalhar com as crianças, pois suas metas a cumprir com a comunidade são: a evangelização (Adequação do anúncio querigmático a realidade e condição da criança, buscando uma linguagem própria e adequada a cada idade e principalmente encontrar meios de levá-las a um encontro pessoal com Jesus.), a missão (Ir ao encontro da criança. É preciso sair do nosso lugar, visitar outras comunidades, participar de missas infantis, criar dias festivos para as crianças nos bairros, dia de louvor para as famílias...) e a formação (Formar a criança e seu evangelizador. Os encontros de formação devem ser revezados entre as pessoas do núcleo e convidados de outras cidades, também pode ser promovido tarde de oficinas para apresentação de novas dinâmicas e confecções de materiais que serão usados na evangelização.).


Para uma melhor organização do núcleo do ministério para crianças deverão acontecer encontros semanais ou quinzenais, onde o tempo seja distribuído em oração inicial, partilha, cura interior, estudos e planejamentos mensais, lembrando de escutar a moção do Espírito Santo, pois, não existe um esquema pronto para as reuniões. O núcleo de servos também deve participar de encontros promovidos pela diocese ou pela catequese para que possamos caminhar juntos: o grupinho com a pregação querigmática e a catequese com a vivência dos sacramentos na vida de comunidade, porém ambas com o mesmo objetivo de levar as crianças a estarem mais próximas de Deus. A existência do GOI não dispensa a criança da formação catequética, pelo contrário as crianças que vão aos grupinhos são incentivadas a buscarem a catequese de sua paróquia para a formação e introdução na comunidade e vida cristã.

A catequese é indispensável, pois atualiza incessantemente a revelação amorosa de Deus manifesta em Jesus Cristo, leva a fé inicial à sua maturidade e educa o verdadeiro discípulo de Jesus Cristo (cf Catechese Tradendae 19). Esta deve nutrir-se da Palavra de Deus, lida e interpretada na igreja e celebrada na comunidade, para que, ao esquadrinhar o mistério de Cristo, ajude a apresentá-lo como Boa Nova nas situações históricas de nossos povos. (cf Santo Domingo 33).
Também se faz necessário uma reunião mensal onde se promova um encontro com todos os coordenadores e evangelizadores dos grupinhos de oração da Diocese, com o objetivo de formar, trocar experiências e conhecer a realidade de cada grupinho de oração. Neste encontro o coordenador diocesano atualiza a quantidade de grupo de oração infantil, analisa a necessidade particular de cada um, além de acompanhar o trabalho que está sendo realizado em cada comunidade. Também serve como acompanhamento para saber se os mesmos estão trabalhando de acordo com as diretrizes nacionais da RCC e da Igreja; que dificuldades ele tem vivenciado e que testemunhos eles tem para partilhar. É também o momento de juntos buscarmos soluções para os problemas vivenciados.
De duas a quatro vezes ao ano (ou mais) são promovidos encontros para formação oferecida a catequistas e coordenadores de grupinhos de oração onde é feito orações, partilhas, momentos de cura interior e oficinas de aprendizagem. O objetivo é formar multiplicadores para que em toda a Diocese as comunidades caminhem numa única direção e juntas em busca do pastoreio e do resgate da família a partir das crianças.
 





Enfim, o núcleo do ministério para as crianças não pode esquecer de cinco tópicos importantes. São eles:


· Unidade – estar em unidade com a coordenação nacional, com a coordenação diocesana, com o grupo de oração no qual o grupinho está inserido, com a Igreja Católica Apostólica Romana e em comunhão com as diretrizes pastorais da diocese.


· Obediência – ao grupo de oração, ao que pede a coordenação da RCC nacional, a doutrina da Igreja, aos Bispos e Padres.


· Organização – procurar se programar sempre independente do local onde você vai atuar e do número de participantes no evento. Evitar improvisos.


· Identidade – pertencemos a Renovação Carismática Católica, mas, não devemos esquecer que antes disso somos católicos.


· Criação de projetos – cada grupo de oração infantil precisa ir além, precisa criar projetos para sua comunidade, projetos que atendam as necessidades das crianças.

Ás vezes quando olhamos tantas coisas a fazer e nos deparamos com tantas dificuldades, pensamos logo em desistir, nada vai dar certo. Temos então que pensar é possível! É possível porque o trabalho é nosso, mas, a obra é de Deus. O Senhor nunca nos dá um fardo maior do que podemos carregar. Se todos nós sonharmos juntos um mundo melhor, uma evangelização eficaz para as nossas crianças e mais, se todos ajudarmos uns aos outros, veremos que realmente é possível. É possível nos organizarmos, é possível ser obedientes e conseguirmos realizar nossos projetos, é possível trabalhar em unidade, é possível levar as crianças a um encontro pessoal com Jesus. É possível mostrar o caminho aos pequenos e ter a certeza que de perto de Jesus eles nunca mais sairão. É possível ver as nossas crianças buscando a santidade, e, vivenciando-a em toda a sua vida.





Evangelização através das Idades



altEvangelizadores, pais, cuidadores, normalmente apresentam dificuldades relacionadas à idade correta de iniciar a evangelização. Para discorrer sobre este assunto, utilizaremos o material produzido por Hyde Flávia, coordenadora Nacional do Ministério para Crianças,Querigma das Idades lançado pela Editora RCCBRASIL.
Segundo a autora, não existe uma idade correta para começar a evangelização. A Igreja Católica, na cerimônia do Matrimônio, reza pedindo a Deus que abençoe os filhos que nascerem daquela união. Ao dizer o sim, o casal diz sim ao plano de Amor de Deus, um reino de paz, alegria, fidelidade, e bondade. Momento em que rezamos por esta família, pedindo a Deus que manifeste seu Amor “livrando-nos de todos os males” e que “venha a nós o vosso Reino”, assim sendo, estamos preparando um terreno fértil onde Deus poderá plantar muito amor.
Gestação e nascimento
No início da gestação, o bebê percebe sons, sensações e toques. Em Lucas 1,44 João Batista estremeceu de alegria no ventre de sua mãe Isabel na presença de Jesus e de Maria. Por isto, os casais grávidos deverão sempre que possível “apresentar” Jesus ao bebê que está no ventre, conversando com ele, dizendo do grande amor que Deus tem pelo bebê; que não foi nem o papai e nem a mamãe que chamaram o bebê para vir a este mundo, mas o próprio Deus; que Deus o ama tanto que já preparou tudo aqui fora da barriga da mamãe. Podemos pedir a Deus que abençoe a criança que vai ou que está sendo gerada, que a luz plena envolva cumulando seu coraçãozinho de dons e louvor ao seu nome.
Os pais também devem preparar o neném para o momento da separação da mãe: o nascimento. A criança sentirá segurança se souber dos pais o que é nascer para a vida e como ela é querida e esperada. Agora serão muitos para cuidar. O mais importante é passar a experiência de confiança em Deus. Os pais podem dizer: “Filho(a), Papai do Céu ama você, o papai e a mamãe podem até errar ou faltar com você, mas o Papai do Céu nunca o abandonará.
Sugerimos que os pais também façam a Celebração da Vida (Apostila de Serviço Ministério para Crianças). Nesta celebração, juntamente com familiares e amigos, apresentamos a criança a Jesus e à Maria, antes do nascimento. Experiência maravilhosa que o Ministério para Crianças realiza por todo o país.
Para evangelizar a criança é preciso levar em conta seu desenvolvimento (ver quadro “O Desenvolvimento Emocional e Espiritual da Criança”, Apostila de Serviço do Ministério). De um modo geral, para todas as fases é preciso amor nas atitudes, paciência para acompanhar o desenvolvimento, aceitação da criança e compreensão de sua posição frente ao evangelizador e aos demais, a si mesma e a Deus. A criança precisa do amor e da verdade que Deus ensina a você evangelizador. Este recurso é fundamental para que não as empeçais de chegar a Ele.
- De 0 a 3 anos
Até um 1 ano e meio, Hyde denomina a idade do bebê em idade da graça. O evangelizador deve tocar, brincar, amar com os olhos, as mãos e com as palavras. Nossa Senhora é o grande modelo para todos nós, lembramos que a relação maior do bebê nesta fase é com a mãe. Ao dar banho e dar de beber à criança, pode lembrá-la de seu batismo e que Jesus é fonte de Água Viva. Utilizar sempre de uma vela quando orar explicando que Jesus é a luz do mundo. A descoberta de si mesmo e o controle das fezes e urina deve ser feito lembrando como é rico Deus que nos criou.  A criança nesta idade não tem noção de certo e errado. A repetição de coisas erradas que já ensinamos a ela nunca deve ser vista como pirraça, mas sim como limitação.
De um ano e meio a três anos a criança está na idade do egocentrismo. Sua relação que antes era a mãe, agora se amplia também ao pai. O evangelizador deve respeitar a criança que nesta idade só sabe dizer “eu”, “meu”, e não gosta de dividir as coisas com as outras crianças. Aos poucos, o evangelizador leva a criança a repartir como o Menininho Jesus. Ensinar a manusear a Bíblia lendo com o dedinho, falar e repetir pequenas orações e musiquinhas curtas com bastantes gestos. Falar do Papai do céu, da Mamãe do céu, do Anjinho da guarda.
O evangelizador deve brincar, contar historinhas, ensinar pequenas orações (da manhã, da noite, durante as refeições). Ensinar a contemplar a natureza imitando-a, observando-a, a louvar e a agradecer ao Papai do céu por tudo.
- De 4 a 9 anos
Com quatro a seis anos a relação da criança, que antes estava na presença dos pais, hoje se amplia para toda família. Os pequenos estão abertos ao conhecimento de Deus, agora têm noção do certo e do errado, do bem e do mal.
O evangelizador deve tomar cuidado para não deformar o rosto de Deus: Deus “vingador”, (castiga), Deus “Vai e Vem” (afasta-se triste quando faz algo errado), Deus “Dedo Duro” (vê tudo), Deus “Enciclopédia” (responde perguntas difíceis: Por que não tenho um irmãozinho? Por que a vovó morreu?...). O evangelizador precisa estar atento, denunciando estas “faces errôneas” de Deus apresentadas pelos adultos, ensinando a criança que Jesus é o maior amigo, que jamais abandona seus irmãozinhos, sejam eles bons ou maus.
Dos seis aos nove anos, a criança está na idade escolar (alfabetização). Sua relação agora se amplia para vizinhança e escola. Nesta fase, ela necessita e confia em Deus, reconhece o pecado (Idade da pré Eucaristia); idade ideal para formação religiosa.
O evangelizador deve instruir a criança a frequentar a catequese na Igreja. Usar de muitas brincadeiras. Começar o estudo da Palavra, retirando mensagem e ordem. Deve ser incentivada a evangelizar todos os coleguinhas da rua. Ensinar também o terço e as noções dos sacramentos e mandamentos.
- De 9 a 12 anos
Dos nove aos doze anos eles já sabem testemunhar sua fé. O evangelizador pode ensinar a retirar da Palavra mensagens, ordem, promessa e como aplicar em minha vida. Ensinar os mandamentos e os sacramentos. Já podem levar a Boa Nova aos coleguinhas incentivando-os a ajudarem na evangelização de outras crianças. Formá-los para pregarem a Palavra de Deus em temas específicos.
Dos doze acima. Jesus evangelizava aos doze anos, o evangelizador deve incentivar as crianças a prepararem um mundo para Jesus, dando de presente a Ele muitas crianças evangelizadas. Elas já podem e devem ajudar na evangelização de crianças menores, ensinando o estudo bíblico, a rezar a Coroinha do Menino Jesus, e outras orações, em qualquer lugar, na garagem, no quintal, na escola, onde estiverem.
Lembramos que em todas as fases utilizamos o anúncio querigmático e o testemunho pessoal a fim de que leve a uma conversão pessoal e uma mudança de vida (Conf. Documento de Aparecida, parágrafo 226).
Fonte: RCC Brasil