30 de março de 2017



5º Domingo da Quaresma – Ano A

” Jesus nunca abandona seus amigos. Ele está sempre presente em nossa caminhada, trazendo-nos alegria, esperança e consolação nos momentos difíceis.”

– Missa com criança da semana: Jesus ressuscita Lázaro
– Evangelho: Jo 11,3-7.17.20-27.33b-45
Jesus é a ressurreição e a vida
A liturgia de hoje nos convida a reconhecer que Jesus nunca abandona seus amigos. Ele está sempre presente em nossa caminhada, trazendo-nos alegria, esperança e consolação nos momentos difíceis. Quando acreditamos verdadeiramente em seu poder, coisas maravilhosas acontecem e nossa vida se renova.
Acolhida – Boa noite, queridas crianças. Boa noite a todos aqui presentes. Sejam todos muito bem vindos a esta celebração.
Hoje, de uma forma especial, o evangelho vem nos mostrar o quanto de humano Jesus era. Jesus fala, Jesus prega, Jesus realiza grandes obras e Jesus chora, chora porque sente na carne a dor da perda de alguém que ele amava muito, muito.
Deixa-me explicar isso direito.
É que Jesus era muito amigo de Marta, Maria e Lázaro que eram todos irmãos.
Um dia, Lázaro ficou muito doente e suas irmãs mandaram chamar a Jesus. Só que quando Jesus chegou à casa de Lázaro, ele já estava morto há quatro dias.
Então, Marta, disse a Jesus que se ele estivesse ali antes, seu irmão não teria morrido. E sabem o que foi que Jesus respondeu a ela?Que Ele era a ressurreição e todos que acreditavam nele, jamais morreriam – perguntou se ela assim também acreditava que Ele era o Senhor da vida e da morte.
Ela disse que sim, que Ele era o filho amado de Deus e que tudo podia.
Nesse momento, crianças, Jesus foi até o túmulo de Lázaro. Chegando lá ele teve um gesto muito humano, vendo que seu amigo estava morto, Ele chorou ao vê-lo. (já até fedia, né).
Naquele momento, Jesus elevou seus olhos ao céu e pediu ao Pai que lhe concedesse o pedido, que ele pudesse dar vida novamente a Lázaro, seu grande amigo.
Então crianças, ele mandou que a pedra fosse tirada e gritou para Lázaro.
_Oh, Lázaro, meu amigo. Venha, levante-se e ande.
Vocês podem até não acreditar, crianças. Mas foi isso mesmo que aconteceu. Lázaro que estava morto, através do grande amor de Jesus, ressuscitou, levantou todo atado e andou.
E foi aquela festa para que todos pudessem crer que Deus é o dono da vida e da morte e que através de Jesus, todos nós também um dia ressuscitaremos para a vida eterna. Amém.
De pé, com a alegria do cristão, vamos cantar saudando a Jesus de todos nós.
Ato penitencial –
Falando em mortes e ressurreição… É bom lembrarmos nesta quaresma que já está quase terminando as condições em que precisamos também para ressuscitar, ou seja, dar vida nova ao que é velho.
Quantas coisas erradas temos vivido, hein, crianças? Erros que nos deixam mortos no amor e bem vivos para o pecado…
Muitas vezes estamos vivos demais para o egoísmo, para o orgulho e mortinhos para a bondade, para a partilha.
Quantas não são às vezes, que nos sentimos atados, amarrados demais pra ajudar ao irmão, ou a nossa mãe em suas tarefas, ou vir à missa e, estamos bem vivos para ir à lagoa, pra bater uma bolinha, pra diversão, para falar horas a fio no celular. ficar por um dia na frente do computador…
É muitas também são as vezes que caminhamos como zumbis pelas ruas, nos esquecendo dos caídos, dos necessitados e dos sofridos, mas jamais nos esquecendo e nos mantendo bem vivos para uma boa briga, uma tremenda intriga e umas boas mentiras, prejudicando os outros.
Deixamos muitas vezes de proferir palavras de amor pra gritarmos palavras de dor, de violência, de desordem e ódio.
Não nos importando com os outros vamos matando os bons sentimentos e revivendo sentimentos de morte nos pecados que cometemos, porque o salário do pecado é este, a morte.
__ Ah, Senhor, hoje não queremos provocar morte em ninguém, queremos ser veículos de vida como o Senhor foi para Lázaro e queremos que nos perdoe de nossos pecados nos fazendo reviver para a vida eterna. Por isso, nós te pedimos perdão, cantando.
Leitura – Este é o momento da nossa leitura. É Deus trazendo a luz da vida a todos nós.
Hoje ele nos dá o seu Espírito, que nos conduz a nossa história e nos ilumina pelos caminhos da vida.
Ouçamos atentamente essas bonitas palavras do pai.
Leitura da Profecia de Ezequiel.
12-Assim fala o Senhor Deus:
“Ó meu povo, vou abrir as vossas sepulturas
E conduzir-vos para a terra de Israel;
13e quando eu abrir as vossas sepulturas
E vos fizer sair delas, sabereis que eu sou o Senhor.
14 Porei em vós o meu espírito,
Para que vivais e vos colocarei em vossa terra.
Então sabereis que eu, o Senhor, digo e faço
– oráculo do Senhor”.
– Palavra do Senhor.
T. Graças a Deus.
Aclamação- Agora, crianças, o padre irá contar com detalhes à história que o próprio Jesus vivenciou ao lado de seus amigos. A ressurreição de Lázaro acende ainda mais nossa fé em acreditar na vida nova, mas antes de ouvi-la, vamos ficar todos de pé e cantar com muita alegria.
Preces
1. Ó pai, cumulai a vossa Igreja da mesma fé que levou Santa Marta a acreditar no poder de Jesus e a professar sua fé.
T: Atendei, Senhor, nosso clamor.
2. Ajudai a cada um de nós a crer na ressurreição e a compreender sua dimensão pascal no dia a dia, através da escolha pela vida como nos pede a Campanha da Fraternidade.
3- lembre o Pai de nossas crianças e lance sobre elas a  sua benção , que elas conheçam a sua luz e sempre andem por ela , superando as dificuldades encontradas , na certeza de que o Senhor caminha com cada uma delas .nós te pedimos
4- Pedimos Senhor por todos aqui presentes nessa celebração que trouxeram sua fé para comungar junto aos irmãos , que ela aumente e fortaleça na busca da perfeição diária nos ensinando a seguir seus passos de amor e ressurreição  ,nos te pedimos
Ofertório – Então sabemos que o grande presente de Deus para todos nós é a vida eterna. Hoje Jesus veio nos provar isso.
E nós nos sentimos felizes, pois somos premiados com a vida e uma vida em abundância, que jamais se acaba, pelo contrário, melhora a cada momento em que estamos mais próximos de Deus.
Vamos oferecer ao Pai a chama da vida eterna em que acreditamos… o fogo da vida que jamais cessa em nós.
Vamos oferecer o sal da vida, o tempero de nossos dias, a dosagem de que tudo podemos dar vida nova, novo sabor.
Vamos oferecer o açúcar, representando a doçura com que devemos encarar todos os fatos. Mesmo vivendo de perdas é preciso ser doce para encontrarmos energia para continuarmos vivendo.
Vamos ofertar, água, que nos limpa do pecado e nos ajuda a sermos mais limpos também para a vida. Ela que é a ponte que  nos liga a Deus desde o inicio, desde o batismo.
Vamos oferecer a terra que nos fortalece, que nos debruçamos ao morrer, que dela vem o sustento de nossas vidas e que a ela entregamos nosso corpo , mas cheios de confiança que nossa alma retorna às suas mãos , Senhor .
Vamos oferecer a nossa vida, perfeita ou imperfeita, feita de risos e choros, de perdas e ganhos, de amor e de pecado, mas com muita vontade de acertar, de encontrar o caminho certo.
Junto ao pão e ao vinho, Senhor,seremos a oferta da vida nova que queremos buscar a cada dia.
Vamos todos cantar com muita alegria, o canto do ofertório.
Comunhão – chegou à hora de participarmos da mesa da eucaristia, onde recebemos o pão da vida que é Jesus. Vamos ao seu encontro cantando com muita alegria. Amém.
Ação de graças-  Pedir às crianças  que façam uma bonita oração ao pai, agradecendo o dom da vida, o valor que devemos dar a quem nos dá de presente a ressurreição, a confiança de que jamais estaremos sós na nossa caminhada. Deus ampara a todos nós. Deus nos ama. Deus cuida e nos ajuda a viver cada vez mais felizes ao seu lado.  Que sejamos de fato o que Deus espera de nós.
Falaremos da procissão de ramos que faremos na semana que vem depois da missa, com a bênção na pracinha da matriz. Vamos trazer os ramos e viver esse momento de caminhada com Jesus.

Historinha para o teatro da semana:

A Folhinha Daniel

Técnica: Narração com transparências no retroprojetor
Personagens: Vozes diferenciadas para os personagens: 1– Narrador; 2– Daniel;
3– Filó; 4– Mena; 5– Gui; 6– Lhermina
Narrador – Hoje nosso evangelho fala de viver, morrer, ressuscitar… Jesus, que tem poder sobre a vida e a morte. E a gente pode dizer: morrer é muito ruim! Ninguém quer morrer, não! E foi por isso que me lembrei da história da folhinha Daniel.
Tudo aconteceu na grande floresta… Na grande árvore da Vida… Dela nasceram muitas folhinhas… Tinha a Filó… a Mena… a Gui… a Lhermina… a Teo e a Dolina… E tinha a mais sabida, que todos ouviam, a folhinha Daniel.
Eram todas folhas de uma mesma árvore, mas que mesmo parecidas, descobriram que não eram iguais…
Todos os dias o mestre Daniel ensinava às folhas.
Daniel – Irmãs, vocês são parte de uma árvore, que tem as raízes fortes escondidas debaixo da terra!
Narrador – Filó, a mais perguntadeira, disse:
Filó – E pra que serve a árvore?
Daniel – Ora… Ela dá abrigo aos passarinhos, dá sombra, dá frutos, renova o ar, ela embeleza… As pessoas vêm se sentar à sua sombra… As crianças… Esse é o propósito das árvores!
Filó – O que é propósito?
Daniel – É uma razão para existir… Tornar as coisas melhores para os outros é uma razão de existir. Como nos balançarmos no vento para abanar as pessoas que vêm fazer piqueniques… Dar uma sombra aos velhinhos… Isso tudo é uma razão para existir!…
Narrador – E o tempo foi passando… A primavera passou o verão… E chegou o outono trazendo seu friozinho… Então ocorreu uma grande transformação:

Filó
 – Veja Mena, acordei toda vermelha…
Mena – E eu, tô com uma laranja brilhante!

Gui
 – E eu! Estou amarelinha!

Lhermina
 – Vejam o Daniel está brilhando como ouro!

Narrador
 – A árvore estava linda… Mas todas as folhinhas começaram a perguntar a Daniel o porquê da mudança e tantas cores diferentes.

Daniel
 – Irmãzinhas, cada uma de nós é diferente, recebemos o sol de maneira diferente, estamos em lugares diferentes… E agora estamos vivendo o outono…

Narrador
 – E acontece uma coisa diferente… a brisa, que antes balançava as folhinhas fazendo-as dançar, agora parecia zangada e puxava as hastes das folhinhas fazendo muitas delas caírem.

Filó
 – O que está acontecendo? O que é isso?

Narrador
 – E Daniel explicou pacientemente.

Daniel
 – É isso que acontece no outono: é o momento em que as folhas mudam de casa… As pessoas chamam isso de morrer!

Filó
 – E todas nós vamos morrer um dia , Daniel?

Daniel
 – Vamos sim! Tudo morre… Grande ou pequeno… Fraco ou forte… Tudo morre! Primeiro, cumprimos a nossa missão e depois morremos.

Filó
 – Eu não vou morrer não… Você vai?

Daniel
 – Vou sim… Quando chegar o meu momento!

Filó
 – Tenho medo de morrer, Daniel!

Daniel
 – Isso é natural… Todos nós temos medo do que não conhecemos… Mas é preciso pensar que não tivemos medo quando a primavera se transformou em verão, e o verão em outono… Porque teríamos de Ter medo da estação da morte?

Filó
 – E pra onde vamos quando morremos?

Daniel
 – Mistério… Mas é importante sabermos que a vida sempre volta… Vamos nos encontrar depois no Grande Reino da Vida.

Filó
 – Então… se vamos morrer não era preciso viver. E porque viver então ?

Narrador
 – E Daniel, respondeu do seu jeito calmo de sempre:

Daniel
 – Pelo sol e pela lua, pelos tempos felizes que passamos juntos. Pela sombra… pelos outros  , pelos  velhinhos… pelas crianças… Pelas estações… Não é razão suficiente?
Narrador – E ao final daquela tarde, Daniel caiu a flutuar… Parecia sorrir enquanto caía e disse a Filó:

Daniel
 – Adeus… amiga , adeus por enquanto…

Narrador
 – E Filó ficando sozinha…sozinha … a única que restava no galho…
O inverno veio… Filó foi ficando mais frágil… Quando amanheceu veio o vento e arrancou Filó de seu galho… Não doeu… Ela sentiu que flutuava no ar, serena… Enquanto caía, ela viu a árvore por inteira pela primeira vez… Compreendeu que fazia parte de sua vida e sentiu orgulho disso. E viu que sua missão estava cumprida e adormeceu aos pés da árvore da vida.. isso então era a morte ? sim !!!
Mas havia também o despertar a grande vida prometida e então  ela  despertou para o Grande Reino, finalmente, onde a alegria reinava… Onde todos se encontravam e foi aquela festa…Ali , jamais iriam se separar .. Estavam juntas no paraíso prometido por Deus .
Compromisso da semana: Pela fé em Jesus Cristo, somos conduzidos pelos caminhos da vida e da salvação

Fonte de pesquisa (preces e leituras) – www.homilia.com.br
Imagem e Compromisso da semana (preces e leituras) – www.paulus.com.br

Fonte:http://www.missacomcriancas.com.br/site/5o-domingo-da-quaresma-ano/

23 de março de 2017

A via-sacra da criança 



A via-sacra é uma antiga devoção cristã que praticamos sobretudo na Quaresma e, de um modo especial, na Sexta-Feira Santa. Recorda-nos os diversos passos do caminho de Jesus em direção ao Calvário, até à morte na cruz e sepultura. Presentemente, há muitas pessoas que sofrem na carne as consequências de uma via-sacra constante, que parece não ter fim. A história de milhões de crianças, sobretudo no Sul do mundo, são os caminhos por onde hoje Cristo passa de novo entre nós. A vida delas é uma via-sacra atual, que nós vamos agora percorrer.

1ª Estação: Jesus é condenado à morte

A criança é condenada à morte ainda antes de nascer. Nos países do Sul,
as crianças já nascem com uma dívida, que terão de pagar aos países industrializados.

Os homens inclinaram-se para o mal. Estão a destruir a Natureza.
A maioria dos males são causados pela ambição do dinheiro e do poder.
Eu creio que o dinheiro não é essencial. É mais importante viver feliz com os outros.

2ª Estação: Jesus carrega com a cruz

A criança sofre a carga da violência e do abandono.

Trabalho 12 horas por dia com um salário de miséria. Tenho a coluna vertebral deformada por carregar tijolos à cabeça. Não tive infância para poder brincar.

3ª Estação: Jesus cai pela primeira vez

A criança questiona-nos sobre as injustiças e perigos da sociedade em que vive.

Diversos companheiros da minha escola morreram nos atalhos da montanha ou dos arrozais, ou então em cima de uma ponte.
Outros ficaram sem pernas ou braços.
As minas terrestres são armadilhas perigosas, disseminadas por toda a parte.

4ª Estação: Jesus encontra a Sua Mãe

A criança descobre aquela que será a sua verdadeira mãe: a rua, o grupo, o «gang».

Na rua encontrei a única alternativa possível para a minha vida. Trabalho de sol a sol, mendigo um pedaço de pão, arrumo carros ou roubo nos campos. Vivo nas ruas de São Paulo, de Lisboa ou de Hong Kong e durmo em casas abandonadas, parques ou passeios. Ainda bem que tenho alguns amigos.

5ª Estação: Jesus é ajudado pelo Cireneu a levar a cruz

A criança recebe ajuda para carregar a sua cruz.

Tive de fugir de casa. Vivia na rua. Agora um grupo de pessoas querem resolver a minha desesperada situação. O carinho e o afecto que encontrei nelas ajudam-me a superar muitos problemas.

6ª Estação: A Verónica enxuga o rosto de Jesus

A solidariedade de algumas pessoas reconhece o rosto de Cristo em todas as crianças que vivem abandonadas, exploradas e oprimidas.

Sou uma menina do Equador. Os meus três irmãos mais pequenos já trabalham no campo ou guardam o gado. Não podemos ir à escola. Penso que ninguém se apercebe de nós, ninguém nos dá carinho. Mas não perdemos a esperança.

7ª Estação: Jesus cai pela segunda vez

Com a adolescência, a criança vê aumentar também o seu compromisso de transformar os mecanismos de uma sociedade que a marginaliza e que a mata.

Muitas vezes ralham-me porque sujo as meias, mas pagam-me sempre. Regresso a casa com o que ganho engraxando sapatos na rua, e podemos comer. Somos seis pessoas na família e a minha casa só tem duas divisões: a cozinha e um quarto onde todos dormimos.

8ª Estação: Jesus consola as mulheres de Jerusalém

Nos países em guerra, três em cada dez crianças morrem antes de atingir
os cinco anos. Mas a criança não quer ser considerada unicamente como vítima.

As nossas escolas estão fechadas. A guerra deu cabo de tudo.
Não podemos brincar nem sei onde estão os meus companheiros.
Minha mãe diz-me para não chorar, que a paz chegará em breve, que voltaremos a brincar e a ir à escola.
Não sei porque é que as injustiças dos homens causam tanto sofrimento.

9ª Estação: Jesus cai pela terceira vez

A criança atingiu uma idade em que procura integrar-se no mundo dos adultos. Mas estes continuam a olhar para ela com desconfiança.

Vivo na rua. A rua aceita-me e quer-me tal como sou. Aí roubo, como, vivo. Um dia, talvez um «justiceiro» me mate. Há tempos mataram nove companheiros que dormiam no adro da igreja. Não nos deixam fazer mais nada. Ganhamos a vida como podemos para metermos alguma coisa à boca.

10ª Estação: Jesus é despojado das suas vestes

Às crianças tira-se-lhes a esperança e o desejo de viver.

Que futuro têm as crianças africanas? A fome, as injustiças, o analfabetismo e as doenças fazem-nos antever um futuro aterrador.
No meu país, o Sudão, muitas crianças são despojos de guerra: capturadas como escravas e vendidas para trabalharem em casas particulares ou nos campos.

11ª Estação: Jesus é pregado na cruz

A criança é pregada na cruz da marginalização e do abandono.

A pobreza empurra-me para a rua.
Não sei ler nem escrever.
Não tenho família nem amigos, nem brinquedos, nem escola para frequentar.
Ganho a vida a pulso.
Procuro abrir caminho para conseguir uma vida estável.

12ª Estação: Jesus morre na cruz

As crianças, como Jesus, fazem ouvir o seu grito de desespero e, abandonadas, morrem.

Porque morrem as crianças? – perguntei ao meu pai e ele não me soube responder. Disse-me que há crianças que morrem quando empunham uma arma para irem para uma guerra sem sentido, quando rebenta uma mina no caminho, quando não têm que comer, quando são obrigadas a fazer trabalhos perigosos... Mas, porquê?

13ª Estação: Jesus é deposto no regaço de Sua Mãe

O corpo de milhares de criança e adolescentes regressam à rua – sua mãe –, à margem de uma sociedade que cria pobreza e solidão.

Sou um menino de 15 anos. Nunca conheci um dia de paz no meu país, a Libéria.
Alistei-me no exército porque, sendo soldado, podia conseguir alimentos para a minha família. Os meus pais não queriam que eu me alistasse.

14ª Estação: Jesus é encerrado no sepulcro

As crianças são sepultadas pelos preconceitos e pelas discriminações dos países e das classes sociais.

Encontraram-me numa rua. Tinha sido abandonado pelos meus pais, porque não podiam sustentar-me. Agora vivo com outros meninos e meninas, que também foram abandonados.

RESSURREIÇÃO



Como Cristo, também as crianças e adolescentes ressuscitam para lutar pela justiça e solidariedade. Não há via-sacra sem ressurreição. Não há Sexta-Feira Santa sem Dia de Páscoa. Em frente do sepulcro, temos a esperança de, também nós, transformarmos o mundo numa grande família, onde os pobres, as crianças e os jovens possam viver com aquela dignidade, que tantas vezes lhes é negada.

Fonte: Audácia | Revista Missionária para Adolescentes

4º Domingo da Quaresma – Ano A


“Jesus nos liberta da cegueira dos nossos pecados, Ele é a luz que ilumina nossa vida e nos livra do egoísmo, fazendo-nos ver para além dos nossos interesses”

– Missa com criança da semana: O cego de nascença
– Evangelho: João 9,1-41
Jesus nos liberta da cegueira dos nossos pecados
Jesus é a luz que ilumina nossa existência e nos livra do egoísmo, fazendo-nos ver para além dos nossos interesses. Ele abre nossos olhos para enxergarmos as necessidades dos outros. Esta eucaristia nos ajude a agir sempre em favor da vida, conduzindo-nos pelos caminhos que promovem o amor e a boa convivência entre as pessoas.
Acolhida – Boa noite, queridas crianças.  Boa noite aos irmãos do santíssimo e a todos aqui presentes.
Nossa celebração hoje vem nos lembrar que Jesus curou um ceguinho de nascença e nos faz refletir muito em como enxergamos tudo que nos rodeia
Vou chamar aqui na frente duas crianças para ajudar a vocês a entender o valor da visão em nossa vida. Quem gostaria de participar?
(Chamar dois meninos; vendar um, deixar outro sem vendas. Mostrar uma figura bonita e pedir que o menino sem vendas narre à cena que está vendo, falar para o outro que agora ela irá mudar a cena e que ele deverá ver e falar sobre o que está nela, mas continua a mesma cena)
Como assim não está vendo nada? E nem sabe o que está projetado? Você é cego? Não você só está vendado, não é mesmo. Graças a Deus, você enxerga bem e pode ver a figura agora.
Ela te parece familiar? Pois é isso mesmo. Essa cena é a mesma que seu coleguinha te falou e como você não envergava como você estava com a venda nos OLHOS, não viu.
Então aprendeu que enxergar é muito bom… E depois, viu como as pessoas, mesmo quando estamos cegas podem nos falar de Deus?

Veja só o que você aprendeu: qual é a sensação de ser cego e não poder ver nada?
Pois é isso que Jesus hoje nos chama, a abrir nossos olhos para Deus, a tirar a venda que não nos deixa ver o irmão e tudo que acontece no mundo que nos rodeia.
Jesus curou o cego para que ele pudesse ver quão grande são suas obras do senhor, e na alegria de todos nós aqui, que enxergamos tão bem, vamos ficar em pé e com alegria cantar saudando Jesus.
Ato penitencial – Como estávamos falando em cegueira, posso confessar que cada um de nós tem um tipo, vou chamar até aqui um especialista dos olhos, o Doutor Senhor da Vista da Silva.
Comenta – Boa noite, doutor da Vista da Silva, dizem que o senhor conhece os diversos tipos de cegueira e vem hoje nos ajudar a enxergar melhor?

Doutor 
– Boa noite, minhas crianças. Eu sou o maior especialista dos olhos do mundo. Pode ter certeza que falarei pra vocês dos olhos que não enxergam.

Comenta 
– Fale logo sobre elas, estamos curiosos, não é mesmo, crianças?

Doutor
 – Bom tem uma cegueira, chamada de Cegueira do nervo fraternista – aquele que não enxerga as necessidades dos outros, não conhece os irmãos mais necessitados, passa a vida numa boa, achando que só existe ele no mundo.
Tem também uma grave cegueira denominada Cegueira endinheirada – só vê dinheiro na sua frente, só fala em dinheiro, só pensa em dinheiro, só vive pra ganhar dinheiro, esse não tem olhos para as outras coisas, esquece até que não vai levar nada de dinheiro quando se for.
Tem outro tipo de cegueira muito incomum que é cegueira labial – só fala besteira e nem sabe quem atinge, pois pouco importa.  Não conhece a pessoa, mas fofoca, fala mal , e nem precisa enxergar pra quem está falando , fala pra todo mundo mesmo. Essa é horrorosa . Tem nojo desse tipo de cego.
Comenta – Cruz credo, Doutor, mas tem muita gente doente dos olhos…
Doutor – Se fosse só dos olhos, porque se a doença está aqui é porque já atingiu o coração há muito tempo. Mas vamos seguir: cegueira preconceitual – essa é doida – as pessoas não enxergam preto, nem excepcional , ignoram , fingem não existir; não enxergam pobres, não vê nada que agridem seus outros no que diz respeito às diferenças, sua visão é focoegoistal.
Comenta È grave, senhor?
Doutor – Pra Deus é fatal. Tem também a cegueira solitária – que é a crise do umbigo, só enxerga a si mesmo, só pensa que ele é quem sofre que ele é quem é triste, que ele quem é infeliz, doente, não vê os sofrimentos dos outros e o quanto eles lutam pra vencer. Esse só pensa no seu umbigo
Comenta – é serio doutor?
Doutor – seriíssimo!

Comenta.
 Mas, doutor, quem é que fecha nossos olhos e nos deixa ter essa cegueira?

Doutor –
 Você não sabe minha filha?! È o pecado, ele põe uma venda em nossos olhos e cada um de nós começa a ter um tipo de cegueira do mal que nos encobre a visão dada por Deus

Comenta
 – E quem nos abre os olhos?

Doutor 
– Só o perdão de Deus pode nos abrir os olhos, só ele vem com a água santa lavar nossa visão e nos dá vida novamente.

Comenta 
– Doutor , já sei , vamos todos pedir perdão pelas nossas cegueiras e ficar com os olhos curados. O senhor fica pra nos ajudar a cantar?

Doutor –
 Claro vamos limpar nossos olhos do pecado
Leitura – Sentadinhas, crianças, vamos ouvir com atenção as palavras do Senhor, presentes nessa bonita leitura.
Aclamação – Agora ouviremos a milagre realizado por Jesus num cego de nascença. Vamos ficar todos de pé, com alegria e saudar o profeta de nossa vida, Jesus, cantando.
Evangelho –
Preces – rezar a oração da campanha da fraternidade.
Ofertório – No nosso ofertório o que nós mais pediremos hoje, é que o Senhor venha restaurar nossa visão. Venha nos dar novamente olhos para vermos o mundo como ele é e não como queríamos que ele fosse , idealizando um mundo fora do sonhado por Deus
Por isso, hoje, Senhor, queremos oferecer novos olhos, curados da cegueira do mundo.
Oferecer olhos de partilha, aprendendo a ver as necessidades de nossos irmãos;
Oferecer olhos de oração para que assim, orando sempre nossos olhos possam estar sempre alertas as ações que devemos praticar.
Oferecer nossos olhos de amizade para com Deus, para com a família, os amigos, os que necessitarem de nossa presença, de nossa amizade.
Oferecer olhos de alegria para distribuir sorrisos e conforto a todos.
Oferecer olhos de fé, temerosos de não pecar e vivos para praticar o bem.
Oferecer olhos do amor para que possamos através deles registrar o amor que Deus merece e que devemos repartir a todos.
Dai-nos senhor, junto ao pão e ao vinho a certeza de nos curar sempre que for preciso a nossa cegueira.
Por isso aqui estão nossos olhos da vida, para serem sempre transformados em seu amor. Amém.
Comunhão – E agora, com olhos bem abertos, vamos receber Jesus para que ele venha com seu amor e inunde nosso olhar com ternura, força e coragem. Vamos ao seu encontro cantando.
Ação de graças – Só vê bem com o coração, pois o essencial é invisível aos olhos
Vou contar pra vocês um pequeno relato que outro dia eu li. É mais ou menos assim.
Dois homens doentes estavam num quarto de hospital. Um estava próximo a janela e descrevia com nitidez as cenas que via lá fora .O outro só ouvia e pensava que o melhor lugar deveria ser o perto da janela  A cena se repetiu por muito tempo
O companheiro começou a ficar com raiva do outro porque ele podia ver as coisas que ele não via.
Então numa noite, enquanto todos dormiam, ele viu o companheiro da janela passando mal, mas não quis ajudá-lo pensando que no outro dia ele poderia estar ali na janela, ele mesmo, vendo tudo.
Levado o companheiro morto, ele então foi trocado para a janela.
Esperavam todos se aquietarem e quando foi olhar pela janela se deparou com um grande muro branco. Nunca houve a paisagem . Nunca houve a praça e seus encantos. A visão do companheiro estava no coração e o outro não pode enxergar porque seu egoísmo havia coberto seus olhos.
Quantas vezes somos assim. Não vemos nada diante de nós. Ou não conseguimos superar que os outros vejam aquilo que nós não vemos.
Vamos pedir ao senhor que nos abra os olhos, senhor, vem nos curar dessa cegueira

Historinha para o teatro da semana:

Um jardim muito diferente

Todo mundo sabe que a primavera chegou. E tudo ficou tão bonito. Quero dizer… Para alguns sim, mas para outros…
Tortinha ____ Ah destino cruel, porque tudo acontece comigo. Vejam só todas as flores são tão lindas… E eu assim, tortinha, aleijadinha… feinha

Bonitona
 ____ Pare de reclamar tortinha… Agradeça pela beleza de suas cores… Vê só a ceguinha… Ela nada vê, mas se sente feliz em alegrar o ambiente para os outros

Tortinha
 __ Eu quero que os outros se danem. Queria ver se eles fossem tortinhos como eu se eles seriam felizes. Você fala assim pique é perfeitinha… Lindona e não é ceguinha

Bonitona 
____ Engana-se querida, eu falo assim porque sou agradecida e vou parando com esse papo chato. Tchau pra vc

Tortinha
 __ Pode ir, sua esnobe… Fala assim porque não tem defeitos, fica ai toda arrumadinha, bonitinha se achando a tal já vai tarde, sua metida…   Pô… Caramba. Como dói ser curva. Ser torta e aleijada… melhor era eu ter nascido morta .. Esticada e durinha.

Ceguinha
 (cantando) ___ Sou feliz senhor porque estás comigo, vamos lado a lado és meu melhor amigo.. Sou feliz senhor

Tortinha 
___ Ô sua desafinada, quer calar essa boca? Num tá vendo que hoje eu tô depressiva?

Ceguinha
 ____ Como pode uma flor ter depressão? Um ser tão belo e encantador, que embeleza, perfuma e colore todo o jardim…

Tortinha 
____ vc fala assim porque é cega, minha filha… Se enxergasse iria ver que não sou nada disso. Sou torta, feia (snift) e aleijadinha.

Ceguinha 
____ Que isso, irmã… Porque tanta revolta?

Tortinha 
____ Não é revolta não. É pq eu não me aceito do jeito que sou. Vê só. O vento agora bate em sua haste e vc balança com ele, dança uma valsa de amor com ele, mas comigo isso não acontece… Ele bate e quase me mata me joga no chão… Ele não me balança nem ao menos é educado pra me pedir perdão… Eu quase morro toda vez que ele passa… Meu corpinho torto não balança (snift) como sou infeliz ohhhhhhhh eu quero morrer… Quero morrer…

Ceguinha 
__ Calma, calma, tortinha! Eu sei de uma coisa que poderá ajudar a vc melhorar.

Tortinha
 ____ Vê só quem está falando isso? Uma cega que não enxerga nem a ponta de seu nariz, ainda mais querendo dar conselho pra alguém superior a vc. Ah, vê se vc se enxerga, ô sua cega!

Branquinha 
____ Puxa vida, tortinha. Pq agredir assim, a ceguinha? Ela está só tentando de ajudar… Melhorar seu dia.

Tortinha 
___ Por acaso vc acha que ela pode mudar a vida de alguém sendo que nem a dela ela enxerga?

Ceguinha 
____ Não fale o que vc não sabe, tenho comigo uma luz que é maior que qualquer luz do mundo, tenho a esperança de ser curada pelo mestre jardineiro. Ele virá… Outras flores já me disseram. Ele trará a luz tb de fora pra mim. Eu verei todas as maravilhas que vc vê e não agradece. Terei o prazer de ver os pássaros, e o sol, e o vento nas plantas. Sentir e olhar a chuva fina que irá me abraçar, trazendo à terra a alegria da vida.

Tortinha
 _____ Ela bebeu? Além de cega agora também é uma tonta? Deixe de ser tola… Ninguém virá ajudá-la. Vc morrerá cega. Assim como eu morrerei torta… Esse tal de mestre não existe… É uma enganação.

Ceguinha 
____ (autoridade) Eu creio nele sim e sei que ele está próximo. ( calminha ) Ainda dá tempo de vc se arrepender e procurar ajuda no mestre jardineiro , tortinha.

Tortinha
 ___ Cruz credo! Só me faltava mais essa. Prefiro morrer torta a acreditar em bobagens.

Ceguinha
 ____ Se é assim que vc pensa. Azaro seu. Eu, qdo o mestre chegar, vou pedir a ele que me cure… Esperei por ele a vida toda e sei que ele assim o fará e serei eternamente grata a ele.

Bonitona (chega aflita, gritando) _____
 Ei ceguinha. Ceguinha. Vê lá quem está vindo! É o mestre… Peça a ele… Peça. Ele irá curá-la. Você tb, tortinha. Acredite que ele irá fazer vc ficar boa… Aproveite, peça a ele Tb.

Tortinha 
___ (cantando) to nem ai. To nem ai. Vai cuidar dos seus problemas e deixa os meus aqui. Tô nem ai. Tô nem ai.

Ceguinha
 _______ Mestre, ó mestre… Sou eu a ceguinha. Senhor tenha dó de mim, me cure de minha cegueira, há tanto tempo tenho esperado por isso… Há tanto tempo tenho esperado pelo senhor e por sua luz.
Mestre ______ Tudo bem, minha filha. Conheço o seu coração e sei o quanto é boa e o quanto me ama. Abra seus olhos… A sua fé te salvou…

Ceguinha 
______ Viva. Eu estou enxergando… Estou vendo tudo. Estou vendo. Muito obrigada, mestre. Muito obrigada, mestre…

Tortinha 
_____ Ou. Que bagunça é esse ai hein?Quê isso? Que palhaçada é essa?Vai curando uns e deixando os outros aqui sem curar? Assim não, assim não dá, assim não tem jeito. Faça o favor de me curar Tb, afinal deve ter sido por sua causa que eu nasci torta assim.

Mestre 
_____ Querida florzinha, primeiro é preciso curar seu coração, depois é que o milagre acontece. Felizes são todos aqueles que acreditam no senhor, pique esses verão a gloria eterna.
Desta forma crianças aconteceu uma grande festa no jardim, com muita alegria pela cura da ceguinha…
Agora. Qto a outra. A outra tortinha. Essa ainda anda revoltada, mas querendo entender como é que se cura coração para que se opere o verdadeiro milagre.
Compromisso da semana: Jesus Cristo é a luz que conduz a nossa vida e nos liberta das trevas do egoísmo e da morte. Vamos pensar nos pecados que cometemos, tudo de errado que fazemos e nos esforçarmos para parar de fazer e pedir perdão a Deus.

Fonte de pesquisa (preces e leituras) – www.homilia.com.br
Imagem e Compromisso da semana (preces e leituras) – www.paulus.com.br

Fonte:http://www.missacomcriancas.com.br/site/4o-domingo-da-quaresma-ano/

Via-Sacra (encenada)



Entrada Triunfal de Jesus em Jerusalém

Personagens:
Jesus
Discípulos
Multidão 

Narrador – Estava próxima a festa da Páscoa e Jesus dirigiu-se para Jerusalém. Uma grande multidão que viera para a festa, ao saber que Jesus se aproximava, começaram a louvar e a bendizer a Deus por todos os milagres que tinham presenciado. Cortaram ramos de palmeiras e de oliveiras e saíram ao seu encontro cantando de alegria dizendo:

«Hossana, Hossana ao filho de David.
Bendito o que vem em nome do senhor,
Hossana, Hossana nas alturas.»

(uma multidão agita ramos de oliveira e palmeiras. Jesus aparece rodeado pelos seus discípulos)


A Ultima Ceia

Personagens:
Jesus
Simão Pedro
Judas
João
Discípulos 

Narrador – Antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que tinha chegado a sua hora de passar deste mundo para o Pai reuniu os seus discípulos pela ultima vez.

Jesus levantou-se, tirou o manto que cobria os seus ombros, pegou numa toalha e atou-a à cintura. Depois deitou água numa bacia e começou a lavar os pés aos seus discípulos e de seguida enxugava-os com a toalha que atara á cintura.
Chegando a Simão Pedro, este muito indignado diz-lhe:

Simão Pedro – Senhor, tu é que me lavas os pés?

Jesus – O que eu estou a fazer tu não o entendes por agora Simão Pedro, mas hás-de compreende-lo mais tarde.

Simão Pedro – Não! Isso não! Tu nunca me hás-de lavar os pés.

Jesus – Se eu não te lavar os pés, nada terás a haver comigo.

Simão Pedro – Ó Senhor, então não só os pés mas também as mãos e a cabeça.

Jesus – Quem tomou banho não precisa de lavar senão os pés, pois está todo limpo. E vós estais limpos, mas não todos.

Narrador – Jesus bem sabia que um dos seus discípulos o ia entregar, por isso é que disse a Simão Pedro que ‘nem todos estavam limpos’.

Depois de lhes ter lavado os pés e de colocar novamente o seu manto pelas costas, sentou-se á mesa junto dos seus discípulos.
Virando-se para eles disse-lhes:

Jesus – Compreendeis o que vos fiz?
Vós chamastes Mestre e Senhor, e disseram bem, porque o sou mesmo.
Ora se eu vos lavei os pés sendo Senhor e Mestre, também vós deveis lavar os pés uns aos outros.
Dei-vos o exemplo para que, tal como Eu vos fiz, o façais vós também.
Em verdade vos digo; quem recebe aquele que Eu enviar é a mim que recebe, e quem recebe a mim recebe aquele que me enviou.

Narrador – Depois de ter dito tudo isto, Jesus perturbou-se interiormente e disse:

Jesus – Um de vós vai entregar-me.

João – Senhor quem é? Serei eu?

Jesus – É aquele a quem eu der um bocado de pão ensopado.

Narrador – Jesus molhando um pedaço de pão no vinho deu-o em seguida a Judas Iscariotes.

Judas – Porventura sou eu, Mestre?

Jesus – Tu o disseste. Vai… o que tens a fazer fá-lo depressa.

Narrador – Judas levanta-se da mesa. Ele sai deixando todos admirados e consigo leva o saco onde estão as 30 moedas de prata pagas pelo beijo de traição dado a Jesus.

Sabendo Jesus que estava perto a sua hora de passar deste mundo para o Pai, não quis partir sem realizar um dos maiores milagres que ainda hoje se realiza em cada eucaristia.

Enquanto comiam Jesus pegou num pão e depois de pronunciar a bênção partiu-o e deu-o aos seus discípulos dizendo:

Jesus – Tomai todos e comei, isto é o meu corpo que vai ser entregue por vós.

Narrador – Depois tomou o cálice, deu graças e disse:

Jesus – Tomai todos e bebei, isto é o meu sangue da aliança que vai ser derramado por todos vós.
Fazei isto em memória de mim.

Levantai-vos e vamos daqui, pois está a chegar a minha hora.


Jesus no Horto das Oliveiras


Personagens:
Jesus
Simão Pedro
Judas
Discípulos
Soldado 1
Soldado 2
Criada
Homem 1
Homem 2
Multidão

Narrador – Terminada a ultima ceia, Jesus e seus discípulos foram para um lugar chamado Getsémani conhecido pelo jardim das oliveiras.

Jesus – Ficai aqui enquanto vou orar.

Narrador - Jesus afasta-se e caindo por terra reza a Seu Pai…

Jesus – Abba, se é possível afasta de mim este cálice, mas, que não seja feita a minha vontade mas sim a Tua vontade.

Narrador – Voltando Jesus para junto dos seus discípulos encontra-os a dormir.
Mas depressa acorda-os.

Jesus - Dormes, Simão Pedro? Não pudeste vigiar uma hora?

Levantai-vos! Já se aproxima a hora em que o Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos pecadores.
Está perto aquele que me vai entregar.

Narrador - Judas acompanhado pelos soldados e uma multidão aproxima-se de Jesus. Chegando perto, Judas vai até junto de Jesus e beija-o no rosto…

Judas – Mestre!

Jesus – Judas é com um beijo que entregas o Filho do Homem?

Judas – É Ele… depressa, prendam-lhe.

Jesus – Viestes prender-me com espadas e varapaus como se eu fosse um ladrão!... Estava todos os dias sentado no tempo a ensinar e não me prendestes!... Mas tudo isto acontece para que se cumprem as Escrituras dos profetas.

Narrador - Os soldados prendem Jesus, amarram e levam-no. Quando chegaram à entrada do palácio os soldados e Jesus seguem o seu caminho enquanto a multidão incluindo Pedro ficam para trás.
O dia está frio e Pedro para se aquecer e saber de alguma novidade de Jesus, junta-se a dois homens e uma criada que estão junto a uma fogueira.
A criada olhando fixamente para Pedro aponta-lhe o dedo…

Criada – Este também estava com Ele!

Pedro – EU?... Não o conheço, mulher!

Homem 1 – Sim, tu também és dos tais…!

Pedro – Não! Não o sou!

Homem 2 – Com certeza que este estava com ele!
Pois, olhem para ele também é Galileu!

Pedro – Homem! Não sei o que dizes!

Narrador - E nesse instante um galo cantou, tal como Jesus tinha dito a Pedro quando este o negasse 3 vezes.


Musica ou um cântico


1ª Estação: Jesus é condenado à morte.

Personagens:
Pilatos
Jesus
Soldados
Barrabás
Multidão

Narrador – Os que tinham prendido Jesus conduziram-no á presença do governador de nome Pilatos.

Soldado 1 – Aqui está o Rei dos Judeus!

Pilatos – Tu és o Rei dos Judeus?

Jesus – Tu o disseste…

Multidão - Blasfémia! Mentira! Traidor!...

Pilatos – Não dizes nada? Vê de quantas coisas Te acusam!

Multidão – Crucifica-o! Crucifica-o!

Pilatos – Silencio!... É costume todos os anos pela Páscoa soltar um prisioneiro…
Trazei-me o ladrão e criminoso Barrabás.

E agora meu povo, quem quereis que solte?
Barrabás… ou Jesus chamado Cristo?

Multidão - Barrabás… Barrabás… Barrabás…

Pilatos – Então que quereis que faça ao Rei dos Judeus?

Multidão – Crucifica-O! Crucifica-O!

Narrador – Pilatos vendo que a revolta da multidão aumentava cada vez mais, manda vir uma envasilha de água.

Pilatos – Daqui lavo as minhas mãos. Estou inocente deste sangue.
Tomai-o vós e crucificai-o porque eu não encontro n’Ele crime algum.


2ª Estação: Jesus leva a sua cruz

Personagens:
Jesus
Dois soldados

Narrador - Os soldados conduziram Jesus para o pretório e lá despiram-no.
Bateram-lhe com os chicotes e colocaram nos seus ombros um manto de púrpura. Na cabeça uma coroa de espinhos e uma cana na sua mão direita.

Soldado 1 e 2 – Salve ó Rei dos Judeus! Salve ó Rei dos Judeus!

Narrador - Como se isso não chegasse colocam-lhe com grande brutalidade nos seus ombros uma cruz. Jesus recebe a sua cruz. Como ela é pesada. Tanta dor e sofrimento. Jesus segura a cruz curvado, dobrado, vergado. É um peso, um grande peso.


3ª Estação: Jesus cai pela primeira vez

Personagens:
Jesus
Soldados

Narrador - Jesus segue o seu caminho por meio da multidão. Jesus cai. Os soldados puxam por Ele…

Soldados – Levanta-te! Não consegues andar?! Vamos lá! Depressa! De pé!

Narrador - Jesus levanta-se com muito esforço e continua o seu caminho.


4ª Estação: Jesus encontra a sua Mãe

Personagens:
Jesus
Soldados
Maria sua Mãe

Narrador - No caminho do sofrimento, dá-se o encontro de Maria com o seu Filho.
O seu coração é trespassado por uma lança ao ver o sofrimento de Jesus. Os seus olhos estão arrasados de lágrimas.
Maria encontra-se com Jesus para o olhar nos olhos e dizer-lhe o quanto ama nesta hora tão difícil.

Soldados – Afasta-te mulher! Deixa-O continuar! Para traz! Vamos a caminho!

Narrador - Maria não compreende o motivo porque todos ali á volta apontam o dedo a Jesus. O seu sofrimento á tão grande ao ver Jesus assim ferido e agredido por todos.


5ª Estação: Simão de Cirene leva a cruz de Jesus

Personagens:
Jesus
Simão de Cirene (Cireneu)
Soldados

Narrador - Jesus caminha entre a multidão.
Onde estão os seus amigos?
Onde estão aqueles que Jesus curou?
Onde estão aqueles a quem Jesus restituiu a alegria de viver e devolveu a esperança?
Ninguém se preocupa com Jesus.
Ninguém levanta uma mão para ajudar Jesus com a sua cruz.
Jesus cada vez está mais fraco e os soldados ao verem a sua fragilidade puxam do meio da multidão um homem, um tal Cireneu para ajudar Jesus.

Soldados – Tu aí ajuda-O! Não vá morrer antes de chegar ao destino!


6ª Estação: A Verónica enxuga o rosto do Senhor

Personagens:
Jesus
Soldados
Verónica

Narrador - O caminho é comprido e parece não ter fim.
Ao encontro de Jesus aparece uma mulher de nome Verónica, que não suporta mais ver o quanto um ser humano é tão maltratado e torturado sem ter culpa alguma.
Verónica avança na direcção de Jesus e enxuga-Lo o rosto.

Soldados – Afasta-te, deixa-O seguir! Vai-te embora!

Verónica - Olhem… olhem para isto. Vejam… vejam a face do meu Jesus.


7ª Estação: Jesus cai pela segunda vez

Personagens:
Jesus
Soldados

Narrador - Jesus volta a cair por terra. O caminho até ao Calvário é arrasador. Como é possível Jesus aguentar tanto sofrimento.

Soldados – Então vamos lá, levanta-te! Temos mais que fazer! Siga o caminho, vamos!


8ª Estação: Piedosas mulheres choram por Jesus

Personagens:
Jesus
Soldados
As mulheres

Narrador - No meio da multidão que está presente, há mulheres que choram á passagem de Jesus.
Elas olham para Jesus e para todas as feridas que ele tem no corpo.
As dores devem ser horríveis. Jesus apesar do cansaço e do esforço tem um momento para elas e dirige-lhes uma palavra de consolo.

Jesus – Mulheres, filhas de Jerusalém! Porque chorais por mim?
Chorai antes por vós e por vossos filhos!...


9ª Estação: Jesus cai pela terceira vez

Personagens:
Jesus
Soldados

Narrador - Jesus volta a cair pela terceira vez. A cruz nos seus ombros torna-se cada vez mais pesada. Mas não é o peso da cruz que o atormenta, mas sim o ódio que sente á sua volta, o ódio que sai do interior do coração dos homens.
Como pode Ele superar o peso de todo este ódio.
Como é possível ter forças para se levantar e continuar o caminho até ao calvário?
Como é possível manter-se de pé com todo aquele peso aos ombros?
E o coração de Jesus? Como estará o seu coração…
Ninguém compreende Jesus.
Ninguém olha para os seus olhos suplicantes a pedir ajuda.


10ª Estação: Jesus é despojado das suas vestes

Personagens:
Jesus
Soldados
Dois ladrões

Narrador - Chegaram ao lugar das execuções.
O lugar é chamado de ‘Golgota’ que quer dizer ‘lugar do crânio’.
Jesus está sem forças, sem defesa e completamente esgotado.
Tiraram-lhe as suas forças e a sua dignidade.
Agora também lhe tiram as suas roupas.

Soldado – Olhem a sua túnica. Vamos dividi-la ao meio.

Soldado – Não, não a rasguemos. Vamos antes jogar e tirar á sorte para ver qual de nós é que fica com ela.

Soldado – Ganhei, ganhei… é minha… a túnica é minha.

Jesus – Pai, perdoai-lhes, pois não sabem o que fazem!

Narrador - Olhai para Jesus, Ele está despido como um pobre que nada possui.
Jesus chega à morte em total solidão.


11ª Estação: Jesus é pregado na cruz


Personagens:
Jesus
Soldados
Maria
João
Dois ladrões

Narrador - Chegou a hora do maior sofrimento…
Os soldados encostam Jesus á cruz.
Os seus braços são amarrados.
As suas mãos e pés são pregados com grandes pregos que lhe rasgam a pele de um lado ao outro.
Por cima da cabeça de Jesus colocam a inscrição “Jesus Nazareno Rei dos Judeus”.
Junto à cruz está Maria sua mãe e João o discípulo mais novo.
O coração de Maria está desfeito em mil pedaços. Ela já não tem lágrimas nem forças para suportar tanto sofrimento.

Maria – Meu filho, o que te fizeram meu filho…

Jesus – Mulher, daqui em diante João é o teu filho. João a partir de agora eis aí a tua mãe.


12ª Estação: Jesus morre na cruz

Personagens:
Jesus na cruz
Soldados
Ladrão bom
Ladrão mau

Narrador - Jesus é crucificado no meio de dois ladrões.

Ladrão mau – Tu não és o Messias? Se assim é desce dessa cruz e salva-te a ti mesmo e salva-nos a nós.

Ladrão bom – Cala-te! Tu nem sequer temes a Deus? Tu que sofres o mesmo suplício?
Quanto a nós, fez-se justiça e estamos a pagar o castigo pelo mal que fizemos. Agora quanto a Jesus, que mal fez ele?
Jesus! Lembra-te de mim quando chegares ao teu Reino!

Jesus – Na verdade te digo! Hoje mesmo estarás comigo no Reino doa Céus!

Tenho sede!

Narrador – Por volta do meio-dia as trevas cobriram toda a região até ás três horas da tarde.
Nessa ultima hora Jesus exclama em voz alta…

Jesus – Meu Deus… Meu Deus porque me abandonaste?
Pai! Nas Tuas mãos entrego o meu espírito! Tudo está consumado!

Narrador – A terra tremeu, raios de luz iluminaram o céu e as rochas abriram-se.

Todos os soldados ali presentes vendo a revolta da natureza ficaram apavorados e de joelhos reconheceram que tinham crucificado um homem inocente.

Soldado 1 – Este era verdadeiramente o Filho de Deus.

Soldado 2 – Sim o Filho de Deus. Crucificamos um homem inocente.

Narrador – Jesus morreu ás três horas da tarde de sexta-feira.
Morreu no maior dos sofrimentos.


13ª Estação: Jesus é descido da cruz


Personagens:
Jesus
José de Arimateia
Dois homens
Maria

Narrador - José de Arimateia e dois homens desceram o corpo de Jesus da cruz.
Maria sua mãe aproxima-se e toma Jesus nos seus braços.
Não podemos imaginar o sofrimento de Maria ao ver nos seus braços o seu amado filho sem vida. Quantos beijos terá ela dado no rosto, nas mãos e nos pés do seu Divino Filho.
Ao contemplar Jesus, Maria lembraria certamente o menino que teve nos seus braços no presépio de Belém.


14ª Estação: Jesus é depositado no túmulo

Personagens:
Jesus
Maria
José de Arimateia
Dois homens 

Narrador - Jesus é retirado dos braços de Maria.
É embrulhado num lençol e sepultado num túmulo. Ali fica o corpo de Jesus.
É o fim. Não se pode tocar, não se pode falar, não se pode ouvir.
Jesus desapareceu.
Onde está aquele que anunciava a Palavra da Vida.
O Senhor da Vida morreu.
Tudo acabou, tudo desapareceu.


15ª Estação: A ressurreição de Jesus

Personagens:
Jesus
Maria de Magdala
Anjos
Todos os participantes

Narrador – No primeiro dia da semana Maria de Magdala foi ao túmulo logo pela manhã. Ainda um pouco escuro viu retirada a pedra que tapava o sepulcro.
Olhando para dentro reparou que já não estava lá o corpo de Senhor.

Maria Magdala – Onde está o corpo do meu Senhor?
Para onde o levaram?

Narrador – Sem parar de chorar Maria de Magdala procura o Senhor sem o encontrar.
Em seu lugar encontra um homem todo vestido de branco.

Homem – Mulher, porque choras?

Maria Magdala – Levaram o corpo do meu Senhor e não sei onde o puseram.
Senhor, se foste tu que o levaste dizei-me onde o puseste, que eu vou busca-lo…

Jesus – Maria… Maria…

Maria Magdala – Mestre és Tu?... Mestre…

(aparecem vários anjos com uma vela na mão e colocam-se de ambos os lados de Jesus enquanto ouve-se musica do Aleluia)

Jesus – Vou partir para junto do meu Pai, mas antes de partir deixo-vos um mandamento novo;

“AMAI-VOS UNS AOS OUTROS COMO EU VOS AMEI”

Só assim tereis parte comigo no céu se realmente exercerdes o meu novo mandamento.
Eu estou convosco até ao fim dos tempos.

Narrador - A morte não tem a última palavra. Jesus ressuscita porque vence a morte. O plano de Deus é um plano de Vida, e a Ressurreição de Jesus, mostra-nos o grande amor de Deus por todos.
Jesus é o Caminho, a Verdade e a Vida.
Só com Ele é possível liberdade, justiça e paz para todos os homens e mulheres do mundo.

(aparecem todos os participantes ao som do Aleluia)

Fonte: Blog Amiga de Jesus